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Como funciona o Processo Ético no CRM

  • Foto do escritor: Pedro Enrique Alves
    Pedro Enrique Alves
  • 18 de out.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de out.

Entenda como funciona o processo ético no CRM, as fases, defesa prévia, penalidades e a importância da defesa especializada para médicos denunciados.


Neste artigo você encontra:


Imagem de poltrona no escritório com o título: processo ético no CRM. Veja as fases e a defesa prévia

O que é Processo Ético no CRM?


O Processo Ético-Profissional (PEP) é um procedimento que tem a finalidade de apurar se o médico investigado cometeu ou não infração ética no exercício da profissão.


É um procedimento complexo, no qual se garante direitos fundamentais, como a ampla defesa e o contraditório.

É importante que a defesa técnica seja especializada, preferencialmente conduzida por advogado com experiência em Direito Médico.

Durante o processo ético médico, o médico investigado pode apresentar provas documentais, indicar testemunhas e, quando o caso envolver matéria de alta complexidade científica, o Conselho pode solicitar parecer de uma Câmara Técnica.

 

Qual é a Diferença entre Sindicância e Processo Ético?


A Sindicância é a fase inicial, apenas investigatória. Nela, o CRM busca verificar se os fatos relatados configuram, em tese, uma infração ética e se o médico pode ser responsabilizado.

Nesse momento, não há julgamento, apenas coleta e análise de evidências.


O relatório final da sindicância pode resultar em:

  • Arquivamento da denúncia, se não houver indícios suficientes de violação ética ou de responsabilidade do profissional;

  • Proposta de conciliação ou termo de ajustamento de conduta (TAC);

  • Instauração de PEP, quando identificados elementos que justifiquem o prosseguimento da apuração; e

  • Procedimento Administrativo para apurar doença incapacitante e até interdição cautelar.



A Codame (Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos) também pode emitir convocação para explicações sobre publicidade antes de uma sindicância.


Já o PEP, que é mais complexo, os fatos são analisados com profundidade e o médico pode ser absolvido ou condenado, conforme as provas produzidas.

 

Recebi uma notificação do CRM. E agora?


O processo tem início com a citação do médico denunciado, realizada preferencialmente por meio eletrônico, via postal com aviso de recebimento ou, se não localizado, por edital.


A notificação deve conter todas as informações sobre a suposta infração e os dispositivos éticos que podem ter sido violados, possibilitado a apresentação de defesa prévia no prazo de 30 dias corridos.


Envie sua notificação para a nossa equipe (clique aqui) agora mesmo, atuamos com acolhimento e amplo conhecimento na área.

 

O que é a Defesa Prévia?


A defesa prévia é a primeira manifestação formal da defesa do médico e deve indicar:

  • Todas as razões de fato e de direito;

  • Preliminares processuais;

  • Provas documentais e até três testemunhas.

 

Por ser uma etapa de grande relevância estratégica, que pode, inclusive, levar ao arquivamento do caso, é altamentente recomendável que seja conduzida por advogado especializado em Direito Médico.


Se o médico procura um advogado ainda na fase de sindicância, há maiores chances de arquivamento do caso antes da instauração do PEP.

Durante o processo, novas provas podem surgir, hipótese em que o conselheiro instrutor poderá propor aditamento do relatório da sindicância, desde que justificado e aprovado pela Câmara ou Plenário. Esse aditamento não exclui fatos ou denunciados, apenas pode ampliar o escopo da investigação como forma de alcançar a verdade real.

 

E se o médico não apresentar defesa no PEP?


Caso o médico não apresente defesa no prazo legal, será considerado revel, e o processo seguirá com a nomeação de defensor dativo.


O CRM sempre garante que o médico tenha defesa, mas quando ele constitui advogado de confiança, as chances de êxito na defesa aumentam, pois é possível apresentar a versão completa dos fatos e traçar uma estratégia jurídica personalizada.

 

Como funciona o julgamento do PEP?


O julgamento do PEP é realizado pelo Pleno do Conselho Regional de Medicina, presencial ou por videoconferência. Na sessão, são observados os seguintes passos:

  1. Leitura do relatório (um resumo de todos os atos realizados no PEP);

  2. Análise de nulidades absolutas (constatação do devido processo legal)

  3. Sustentações orais (denunciante e denunciado e seus advogados podem expor as teses por 10 minutos)

  4. Fase de esclarecimentos pelos conselheiros (os conselheiros podem pedir esclarecimentos sobre questões ao denunciante, denunciado e advogados);

  5. Debates e votação (os conselheiros debatem entre si e voltam pela absolvição ou condenação do acusado)


São avaliadas a materialidade (se o fato realmente ocorreu) e a autoria (se o médico é responsável pela conduta).


Caso surjam dúvidas relevantes, a sessão pode ser suspensa para diligências complementares.

 

Quais são as Penalidades?


As penalidades variam de acordo com a gravidade da infração e antecedentes éticos do profissional, conforme previsto na Lei n. 3.268/1957 e no Código de Ética Médica:


  1. Advertência confidencial (infrações leves, sem divulgação pública)

  2. Censura confidencial (infrações de gravidade intermediária)

  3. Censura pública (infrações graves, com divulgação no Diário Oficial e nos meios de comunicação do Conselho)

  4. Suspensão do exercício profissional (impede temporariamente o exercício da medicina, por até 1 ano)

  5. Cassação do exercício profissional (penalidade máxima, com perda definitiva do registro)


O que acontece após a votação?


A decisão é registrada na ficha de antecedentes éticos do médico e pode ter reflexos significativos, como restrições em concursos públicos, credenciamentos em planos de saúde e vínculos institucionais.


Se a penalidade impuser suspensão ou cassação do exercício da medicina, o médico deve interromper imediatamente suas atividades, sob pena de responder por exercício ilegal da medicina.


O CRM comunica a decisão às instituições de saúde e demais órgãos competentes.

É possível interpor recurso ao Conselho Federal de Medicina (CFM).


Conclusão


O PEP é um instrumento essencial de preservação da ética e da confiança social na medicina.


Sua condução exige técnica e expertise, responsabilidade e profundo respeito aos direitos do profissional.


Por isso, o acompanhamento por advogado especializado é fundamental desde as fases iniciais, garantindo uma defesa sólida, estratégica e humanizada.

 

Ficou com alguma dúvida? Recebeu uma notificação do CRM?

Fale com a nossa equipe (clique aqui) agora mesmo, atuamos com acolhimento e conhecimento sólido.

 

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